quarta-feira, 4 de novembro de 2009

RÁPIDO E FRIO 1

Ejaculatio Praecox

A ejaculação precoce, também conhecida como ejaculação prematura ou pelo termo do Latim ejaculatio praecox, é o problema sexual mais comum em homens afetando 20-30% deles. É caracterizada pelo deficit do controle voluntário sobre a ejaculação.

Muito bem rigor cientifico é o que é preciso, mas trocando isto ainda mais por miúdos e falando bom português é o mesmo que dizer que vais com muita fome ao pote e acabas por não comer nada de jeito ou então, e talvez ainda metaforicamente mais apropriado, ficas de barriga cheia logo num instante.

É de facto um problema sério que merece respeito e que limita de forma grave a vida sexual de muitos homens e mulheres. Até aqui tudo bem, concordo que deva ser tratado para o bem estar sexual de todos os intervenientes e que sejam instauradas campanhas de sensibilização no sentido de esclarecer a existência de tratamentos eficazes e adequados. Agora sim chegamos onde queria. Campanhas de sensibilização. Como já devem ter reparado, alguns autocarros dos stcp espalhados por estes pais afora apresentam nas suas traseiras uma publicidade relacionada com esta temática. Parece-vos correcto? Que os sexualmente disfuncionais sejam sensibilizados em centros de saúde, clínicas, hospitais, etc.. tudo bem, agora em autocarros? Estão a imaginar um casal de namorados ou casados dentro da sua viatura numa tarde solarenga de domingo depois de mais uma noitada de sexo disfuncionalmente eréctil, parados no transito colados à traseira de um autocarro dos stcp obrigatoriamente a ler a mensagem “ VAIS MUITO DEPRESSA. É o que alguns homens mais ouvem. Já existe uma solução”. Está o domingo completamente, invariavelmente FODIDO.

Não há direito.

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Eu Solidário. Eu Otário. Parte II

Continuando o que vos estava a contar. Expliquei ao jovem ressaca que não me era possível dar-lhe mais um contributo para a sua satisfação visceral de heroína. E eis então que a surpresa se me apresenta (ou não). Respondeu-me fria e calmamente “Ó doutor, olhe que eu só uso as seringas para a minha doença...”. Frio muito frio, abateu-se sobre o meu estômago um frio gélido e as pernas começaram a tremer. Não tive reacção alguma. Fiquei assim, com a mão aberta cheia de moedas a olhar para ele. Com calma e os dedos cheios de fome retirou-me as moedas todas da mão o filho da puta, sem que eu emitisse um único pio. Maricas, cobarde, menino de coro, lembro-me de tantos nomes apropriados para chamar a mim próprio nesta circunstancia que em vez de escrever esta história mais me valeria escrever um dicionário de “Sábias palavras para descrever momentos decadentemente maricas e cobardolas” (nota o corrector ortográfico do Word não reconhece a palavra maricas). Assim sendo o caríssimo drogadólas filho de uma prostituta, (desta vez o nome poderia mesmo ser apropriado) pegou no dinheiro todo e foi ao seu caminho, levado pelo seu apurado sentido de vício ao bairro mais próximo para se abastecer. Não diria que fui roubado, nem sequer que houve má intenção por parte do meu novo amigo espontâneo diria sim, como defende a psicologia e programação neuro-linguistica, que fui badalhocamente sugestionado. Aquela criatura penetrou o meu cérebro e com uma mestria digna de Freud escolheu o botão correcto para premir. Sida, hepatite, tuberculose + medo, cobardia, estupefacção = sentimento frustrante de incapacidade de matar. Matar sim, foi a minha vontade passados 5 minutos e ultrapassado o trauma, imaginei como teria sido se em vez de abrir mão do dinheiro tivesse desferido um golpe mortal com um corta unhas na garganta daquele cabrão. Vê-lo espernear no chão como uma galinha a quem acabam de cortar o pescoço a produzir ruídos moribundos de agonia. Que cenário divino... O corpo dele no chão já frio e eu a esmagar-lhe a cabeça meticulosamente com uma pedra da calçada.

Nessa noite sonhei que a NASA tinha encontrado um novo planeta, mesmo ao lado de Saturno para onde eram reencaminhados todos os arrumadores de todos os planetas que existem no universo. Arrumadores de Marte, Saturno, da Terra todos juntos completamente desnudados usando apenas um lenço vermelho no pescoço. Sem qualquer tipo de drogas estes seres amontoavam-se uns sobre os outros trémulos, em pânico e agonia. Neste planeta a pressão atmosférica e a temperatura impediam que os arrumadores, maioritariamente toxicodependentes e alcoólicos, curassem a ressaca. Resultado: uma ressaca eterna cheia de dores espasmos e vómitos para todos estes parasitas. E as vantagens não terminam aqui. Nenhum dos planetas tinha que despender recursos financeiros ou outros para a subsistência destes bichos. Assim, estes alimentavam-se das fezes que produziam e bebiam a própria urina para saciar a sede. Existiam também árvores carregadas de canivetes suíços que serviam para perfurar e estimular as veia simulando o acto intravenoso a que estavam habituados. Pormenor fantástico os canivetes acabavam invariavelmente por ganhar ferrugem e consequentemente bactérias o que acabava por matar alguns destes parasitas mantendo assim o controlo da espécie de forma harmoniosa.

Não estou muito ansioso que se encontre água em Marte ou na Lua. Estou ansioso que descubram este planeta e lhe atribuam este fim.

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segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Eu Solidário. Eu Otário.

Sem pretender abusar da arrogância e tendo em conta que estamos na presença de um formato quase anónimo, sinto-me relaxado para usar este serviço como se de um psiquiatra dos novos tempos se tratasse. Espero então partilhar, com aqueles que queiram queimar algum do seu tempo a ler o que aqui vou colocando, alguma da minha loucura, pequenos apontamentos do que penso sobre os mais variados temas. Quem gostar gostou, quem não gostar que se foda.

Adoro a Solidariedade. É tão bonito ver gente de todas as idades a ajudar o próximo, a juntar esforços, angariar fundos e apoiar aqueles que por uma ou outra razão se perderam algures na máquina social em que nos vemos envolvidos desde o dia em que nascemos até ao dia em que o nosso corpo deixa de ter vida.

Um dia destes, numa rua qualquer, a uma hora que já não recordo, estacionei o meu carro. 12 horas de trabalho tinham passado e procurava algum escape que me permitisse reciclar alguns dos pregos que nos vemos obrigados a engolir todos os dias para levar uma vida minimamente confortável. Sim porque em Portugal ou és vigarista, puta, autarca (que acaba por estar ligado às duas primeiras) ou então tens mesmo que trabalhar mais horas do que gostarias. Bem voltando ao que estava a relatar, estacionei o carro. Bati a porta. Fechei o carro. Dei dois passos e qual a visão que se me apresenta? Uma massa mole de pouca carne e muitos ossos, a correr desenfreado na minha direcção. “Está bom assim doutor. Isto é que vai cá um frio” diz-me ele. Ele, um arrumador. Um homem toxicodependente com aspecto frágil enfiado num casaco de uma imitação de couro dois tamanhos acima do apropriado. Instintivamente ou por cobardia meti a mão ao bolso e retirei algumas moedas. Tinha algumas moedas de 2 e de 1 euro que no total seriam cerca de 10 euros. Peguei numa moeda de 1 e carinhosamente com ar de bom feitor estendi-a para gentilmente a oferecer ao rapaz/homem/bicho. “Ó doutor não tem aí mais nada para me ajudar?”. Pára tudo. Pára tudo. 1 euro. 1 euro é dinheiro. 1 euro custa-me a ganhar. 1 euro mais um euro mais um euro é mais dinheiro ainda. Eu trabalho 12 horas por dia para ter mais alguns no bolso. Respondi-lhe que só o podia ajudar com aquela quantia e ainda me dei ao trabalho de justificar explicando que iria precisar do restante dinheiro para comprar uma coisa qualquer de que já não me lembro. O que aconteceu depois conto-vos mais logo que agora tenho mais que fazer.

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Capitão Loucura "O início"



A Loucura ou Insânia é uma condição da mente humana, caracterizada por pensamentos considerados "anormais" pela sociedade...18989_insane_hospital_520.jpg